borrifadas des pretensiosas no ar para começar a viagem, um líquido pseudo venenoso que pode respingar. O que respinga nem sempre se sente no momento do toque. Você ainda não percebeu mas tem umidade, corrói, lubrifica o caminho que segue até entrar na parte do espaço que foi preparada com uma armadilha que se aciona sozinha, ela gruda, ela confunde, ela irrita, ela faz sorrir e ela está espalhada, quando vc menos espera ela te pega. Ser pego pela matéria é parte da vida e na vida o acesso não é livre a toda matéria, pode ser que você fique isolado sem escolher ou pode ser que você se isole por escolha ou pode ser você acha que escolheu ficar sentado por 30 mim e perde o exato momento que a micro pedra deslizou e caiu e fez um som ou perde a micro ação que poderia ser uma imagem sua. Infinitas possibilidades deslizantes acontecendo ao mesmo tempo e tomando forma na sua cara, há quem resista, há quem acorde, há quem ceda, há quem não vê. E acredita que ela estava ali escorrendo desde o início? Parecia com o caminho de uma veia estufada de uma mão velha e eu ficaria horas escutando aquele desenho que ao chegar no chão alastrava, mas não chegava a fazer uma poça, pq o chão tinha porosidade e deixava passar através. Atravessar é uma palavra recorrente e olhando para aquelas cartas com etiquetas laranja neon que guardei em uma caixinha inspirada nas oblique strategies, também atravessaram imperceptível, fresta, problema, acidente, instante, coisa, absurdo, esfregar, relação, smile from de inside ( as vezes tinha um conjunto de palavras aglomeradas), tipo um coletivo. Coletivos me perseguem. Eu os amo. Leak. Disfarça. Ilusão. Perigo. Implantar. Revelar. Ordinária. Nome da peça que ainda vou criar. Tem algo que o quadril quer falar. Um corpo que não pede licença, ou cansado de pedir licença, tipo uma planta que insiste em crescer em meio ao concreto. Tipo uma trepadeira que invade muro afora, vai abraçando o que vê pela frente. Na sua frente uma tentativa de acordo, na sua traz um acordo já elaborado, até onde você acorda? Negociação, ou troca, ou escambo, ou abuso, ou roubo disfarçado. Colocados na sua mão objetos que poderiam ser. Gun. You are a gun in the situation, eu ouvi, é como se sua skin estivesse sempre in the edge, eu ouvi, it is like I owe you something, eu ouvi, it is like you see me naked, eu ouvi, é como se você estivesse a alimentar a parede, eu ouvi, é uma percepção animal, eu ouvi. But, why a fucking white squirrel? Ouvi também. Maybe it is not a squirrel. Maybe it is disfarçado so it can cross countries borders and be legal there. What kind of animal are you? Squirrels are from the rat families, did you know that? Si, sabes que ya llevo un rato mirándote. Enquanto eu miro um sítio, uma pedaço da pele do espaço sai na minha mão, enquanto eu zigue zagueio, erupções da pele do espaço ou matéria orgânica tóxica, ou esculturas virais, se encontram descaradamente camufladas. O que está descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente camuflado descaradamente pra você? Me dá um exemplo? Pois eu cansei e não to nem um pouco afim de por nomes desonestos nessa escrita. Me dê também um exemplo de pensamento ordinário? Pensamento ordinário? Isso! Sem eu te explicar muito, um pensamento ordinário. Ordinário era que naquela época não conhecia a dor de representar, aquela dor que assola as pessoas desacreditadas da experiência social, queria conhecer tantas pessoas quanto fosse possível. Não havia medo do ridículo ou se havia era tão pouco medo, ou tão pouca consciência. Abraçar o ridículo então, o conhecendo, virou um desafio inafiançável. Os pensamentos ordinários estão com a gente o tempo todo, e um dia vou fazer uma coleção deles. Vou incluir o dia que o Bruno do pacap escreveu assim: tenho saudades do metrô, às vezes o ônibus é muito traiçoeiro. Me mandou contando que estava a rir from the inside pois tinha sido pego por um ordinary ​thought.​ Pensamento, que vem de outro lugar que não é o cérebro, seguir a viagem longuíssima alimentada pelo micro espaço entre, pela micro ficção, pela troca porosa, porosidade, porous, abertura. Infelizmente não nasci com a anatomia flexível para essa ação extraordinária, então melhor inventar outra lógica de flexibilidade, seguir pela lateral, pelas bordas, pela fresta, assim abre espaço pro encontro, o que pode vazar de uma situação?